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A insatisfação natural do ser humano

Sentimos a frustração que senti na manhã de Natal de 1964. Montei aquilo que era o presente dos sonhos de uma criança de 9 anos: uma coleção que tinha um trem e a estrada de ferro em miniatura, com motor movido a pilha e sinaleiros piscando. Coloquei a locomotiva nos trilhos e fiquei observando, com total alegria, enquanto o brinquedo com quase um quilo e meio de puro aço atravessava o chão do quarto. Ele dava voltas e voltas e voltas… voltas… e voltas… Depois de algum tempo, eu o peguei e o virei para a outra direção. Ele continuou a dar voltas e voltas e voltas…

– Mãe, o que mais eu vou ganhar de Natal?

De igual modo, nossa vida segue em longas pistas ovais, uma volta após outra. Primeiro trabalho. Promoção. Dia do casamento. Camas para os quartos das crianças. Filhos. Netos. Voltas e voltas… Tem mais alguma coisa?

Nossa insatisfação se junta ao desapontamento e dá à luz alguns filhos rebeldes: alcoolismo, desejos de usar o poder, semanas de trabalho de oitenta horas, mergulhar de cabeça em perversões sexuais – tudo isso não passa de anseios mal disfarçados pelo Éden. Desejamos restaurar o que Adão perdeu. Como alguém disse certa vez: “O homem que bate à porta de um bordel está a procura de Deus.”

Onde e quando o bordel frustra, Jesus entra em cena com um convite a uma nova conexão. Embora estejamos “mortos em [nossas] ofensas e pecados e separados da vida de Deus, todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles”.

Não perca o milagre interior e invisível despertado pela fé. Deus nos restabelece o status do jardim do Éden. O que Adão e Eva fizeram antes da queda, nós fazemos agora! A família mais importante andou com Deus; também podemos. Eles ouviram sua voz; também podemos. Eles estavam nus e não tinham vergonha; podemos ser transparentes com ele e não ter medo. Não precisamos mais fugir ou nos esconder.

Ele sopra vida em vidas esvaziadas. Faz por nosso coração o que fazemos com baterias de carro descarregadas. Foi o que aconteceu comigo recentemente. Girei a chave da ignição do carro – nenhum barulho. Então, fiz o que qualquer pessoa faria: pus uísque no tanque do carro, confiante que uma garrafa com 40% de teor alcoólico provocaria alguma reação. Nada aconteceu. Coloquei uma televisão em frente ao radiador e sintonizei em um jogo. Uma boa disputa estimula a célula mais inativa, certo? Não desta vez. Então, comprei a última edição da Playcar e deixei os faróis do carro se regalarem com algumas beldades da Europa. A bateria tinha a arrancada de uma caixa de sapato.

E você acha que tenho o QI de uma chave de fenda. Quem recorre a bebidas, telas de TV ou corpos para se sentir renovado? Muita gente. Um número considerável de pessoas.

Mas a oferta de Jesus ainda está em pé. “Ele nos deu uma nova vida pela ressurreição de Jesus Cristo. Por isso o nosso coração está cheio de uma esperança viva. Assim, esperamos possuir as ricas bênçãos que Deus guarda para o seu povo. Ele as guarda no céu, onde elas não perdem o valor e não podem se estragar, nem ser destruídas” (1 Pedro 1:3,4, NTLH).

Trecho do Cap. 12 do Livro 3:16 (pág. 361-363) de Max Lucado

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Natal – Um Convite à Reflexão.

Um bebê na manjedoura. Que cena contrastante! “Ternura em meio a rudezas”! O fato nos convida à reflexão.  Quão admirável deve ter sido a visão daquele bebezinho envolto em panos de pobreza! Ao contemplá-lo ali aparentemente tão frágil, quem diria que se tratava do próprio Criador e Senhor de todo o Universo, que viera habitar junto de Suas mais insignificantes criaturas? Por um pouco, pensemos em:

1.    Sua voz.
Aqui, como bebezinho, ouvida apenas em sons incertos por entre o balido de ovelhas, mugido de bois e outros animais. Mais tarde, a mesma voz haveria de ensinar as multidões com elevada sabedoria e autoridade – “Todos se maravilharam da sua doutrina” (Mt. 7:28). “Ninguém falou como este homem” (João 7:45,46).
A mesma voz que ordenava curas e era prontamente obedecida: Ao doente de lepra: “Fica limpo” (Mt. 8:3); ao paralítico de Cafarnaum: “Levanta-te toma o teu leito e vai para tua casa” (Mt. 9:6). E tantas outras (Mt. 8:6).
A mesma voz que ressuscitou mortos – A filha do chefe da sinagoga: “Menina, a ti de digo: Levanta-te!” (Lc. 5:41)); ao filho da viúva de Naim:”Jovem, eu te mando:Levanta-te” (Lc. 7:14); a Lázaro, no túmulo há quatro dias: “Lázaro, vem para fora!” (João 11:43).
A mesma voz que foi obedecida até pelos ventos e o mar revolto (Lc. 8:24). Mas também a mesma voz alçada em choro triste (ao lado do túmulo de um amigo (João 11:34,35) e à vista da cidade que o rejeitou (Lc. 19:41). A mesma voz que expressou profunda agonia no Jardim do Getsêmani (Mt. 26:39). A mesma voz que intercedeu pelos inimigos que o levaram à crucificação (Lc. 23:34). A mesma voz que assegurou o Paraíso ao ladrão penitente (Lc. 23:43). A mesma voz que por fim proferiu a mais importante de todas as declarações de Seu ministério – “Está consumado!” (João 19:30).
Mas também a mesma voz que foi ouvida em glória como o som portentoso de uma trombeta – símbolo de grande poder (Apc. 1:10,15). Um dia será alçada para determinar a retirada da Igreja deste mundo. “O Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem…” Será a voz de comando do arrebatamento (1 Ts. 4:16).
A mesma voz, posteriormente, será igualmente alçada para determinar o afastamento dos homens ímpios: “Apartai-vos de mim!…”  (Mt. 25:41)

2.    Suas mãos
Tão tenras, delicadas, movimentos incertos, na manjedoura. Mais tarde, porém, empregadas para socorrer os necessitados (multiplicar pães e peixes; preparar lodo para dar vista ao cego de nascença). As mesmas mãos que depois foram impiedosamente traspassadas por grossos cravos na cruz do Calvário. Difícil de compreender? Foi para reverter a nossa triste sorte. Foi para nos resgatar e salvar da perdição eterna. As mesmas mãos assim marcadas pelos sinais dos cravos, posteriormente revestidas da glória da ressurreição, serviram para desfazer a incredulidade dos discípulos desesperançados, para afastar as dúvidas do igualmente incréduloTomé. As mesmas mãos foram depois levantadas para abençoar os dedicados discípulos, enquanto Ele foi elevado para o céu.

3.     Seus pés
Ali na manjedoura, igualmente tão tenros e delicados. Porém, os mesmos pés que mais tarde caminharam pelas estradas empoeiradas da Palestina (Deve ter chegado a várias centenas de quilômetros!) para transmitir a mensagem de esperança. A chegada do reino de Deus. A presença do esperado Messias. Andou sempre à frente dos discípulos. Tinha pressa em realizar a obra necessária para a nossa redenção. Do nosso livramento da condenação eterna. Aqueles mesmos pés foram também atravessados pelos terríveis cravos na cruz. Contudo, posteriormente,foram vistos em glória como bronze reluzente – símbolo de justiça incorrupta e inflexível.

4.    Seu rosto, seus olhos.
Vistos igualmente tão belos e delicados na manjedoura. Mais tarde marcados pelo sol escaldante, evidenciaram amável carinho, simpatia e atenção para com todos. Transmitiram a impressão de homem de dores, que sabe o que é padecer (Isaías 53:3) Foram também alvo de maus tratos. Ousaram cuspir naquele rosto, bater em sua santa cabeça. Ao depois, entretanto, foram vistos em gloriosa forma. Na transfiguração (Mt. 17:2) Na visão do livro das revelações. Chegará o dia em que hão ser reconhecidos quando o Senhor surgir nas nuvens com poder e muita glória.

5.    Seu nome
O nome que lhe foi dado ao nascer foi previamente escolhido nos céus: Jesus significa Jeová Salvador. Expressa o propósito de seu nascimento. Ele veio com o fim nos salvar da condenação do pecado! (Mt. 1:21).
É nome mais excelente do que qualquer outro. O mundo não conheceu e não conhecerá outro mais elevado e digno. Não se pode colocá-lo na lista dos maiores do mundo. Jesus, o Messias, não é apenas um grande homem. É único. A presença de um grande homem desperta respeito. A do Senhor, reverência. Diante daqueles, nos levantamos em respeito. Diante deste, temos que nos prostrar em reverente adoração. É nome mais excelente dos que os anjos (Hb. 1:4). É nome que está acima de qualquer outro nome (Fp. 2:9,14). O Seu nome mostrou-se revestido de poder. Contra toda espécie de doenças (Lc. 10:17; Atos 16:16,18). Contra as forças humanas (João 18:4-6).
Em conformidade com o seu significado, há salvação nesse nome (Atos 4:12; 10:43). A salvação que há no nome de Jesus é em decorrência de Sua obra na cruz (1 Pd. 3:18). Como obter tal salvação? O primeiro passo é aceitar o diagnóstico divino acerca do nosso estado: “Não há justo, nem sequer um (…) Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:10; 3:23). Depois apropriar-se do sacrifício que Cristo realizou na cruz como único admitido por Deus como pagamento pelos nossos pecados. “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor…” (Rm. 10:9). “Todo aquele que nele crê não será confundido” (Rm 10:11). “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10:13). (Mensagem proferida numa Reunião de Natal, por O.G.P.)

“Nunca dos homens se ouvirá.
Nunca nos santos céus de luz.
Mais doce nota soará,
Que o nome de Jesus.”  (H&C n. 8)

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